quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Pilotagem em Grupo


PILOTAGEM EM GRUPO

Esse assunto já foi exaustivamente abordado neste blog. Oportunamente a edição de n.º 143 da revista MOTO ADVENTURE traz a partir da página 226 uma excelente matéria abordando o tema, agora sobre outro foco. Achei por bem mais uma vez abordar este assunto que é de extrema importância para nós que vamos passar pela experiência de viajar por mais de 10.000 km em grupo de 10 motociclistas. Acredito sinceramente que o bom acolhimento dos ensinamentos de pessoas que passaram por esta experiência irá nos ajudar muito a fazer com que nossa expedição seja um sucesso!

Já tive oportunidade de viajar com vários motociclistas, do meu moto grupo, de outros moto grupos e pude experimentar o que é conduzir em grupos, não é fácil, mas também é possível com a colaboração e o esforço de cada membro fazê-lo com segurança quando todos nós atemo-nos a um conjunto de regras pré-determinadas e baseadas em cada tipo de estradas e particularidades de cada região – trafego intenso, condições das estradas, condições climatológicas, etc.

Um grupo precisa estar organizado de maneira a que quem nos vê perceba que estamos conduzindo de maneira segura, organizada e respeitando as leis de trânsito sem, contudo prejudicar a fluidez do trânsito no local. E necessário que os membros do grupo estejam em pares, não paralelamente, mas em diagonal, ou seja: tipo “pegadas” ocupando uma única faixa de rolamento e cada par deve manter uma distância razoável dos pares que vão à frente e atrás para que ao aproximar outro veículo mais rápido que nosso grupo, este veículo possa ultrapassar de par em par até que consiga superar todo o grupo com segurança.

Cada par deve ser composto por um motociclista mais experiente e outro menos experiente de tal modo que o mais experiente se posicione à frente e à esquerda da faixa que está sendo utilizada enquanto o outro deve estar na sua diagonal qual seja um pouco atrás e como dito, cada par com uma razoável distância dos pares que vão à frente e atrás. Essa distância segura deve ser aumentada ou diminuída em função da velocidade e das condições de tempo e estradas. A posição dos pares pode se inverter, caso seja viável.

Algumas razões para esse tipo de formação “pegadas”:

  1. Obtem-se melhor posicionamento;
  2. Permite que ambos tenham visão um do outro;
  3. Serão vistos de longe, tanto pela frente quanto pelas costas;
  4. Formam uma massa maior e mais fácil de ser visualmente identificada por outros usuários;
  5. Facilidade de mudar de trajetória sem contudo um interferir um na trajetória do outro;
  6. Se estivermos de par em par, um na diagonal do outro isso permite que ambos tenhamos plena visão à frente;
O papel do líder “ponteiro” é estabelecer o ritmo da estrada e sinalizar qualquer procedimento significativo ou pré-estabelecido pelo grupo, o papel dos pares intermediários é tão somente acompanhar o ritmo e as decisões do líder. Ao longo da viagem o líder pode (e deve) ceder sua posição ao motociclista menos experiente para que este possa mostrar sua capacidade e conseqüentemente descansar o líder da atenção redobrada que a posição exige.

Quanto mais motociclistas estiverem viajando juntos, mais lento será o deslocamento. Por isso é muito importante que nossas paradas sejam programadas e rápidas. Um bloco de motociclistas sem a observação das distâncias entre cada par acaba por não oferecer condição de ultrapassagens de outros usuários da rodovia o que acaba por afetar o tráfego e a imagem do motociclismo.

A separação entre cada par de motociclistas é de aproximadamente 02 (dois) segundos de distância, esse é o tempo médio que cada pessoa necessita para reagir a um evento inesperado. Isso se justifica caso haja um eventual incidente que acarrete colisões posteriores. Para saber qual é a distância em segundos que separa um par do outro, basta você notar um ponto fixo no solo e contar mentalmente dois segundos até que você atinja aquele ponto, ai sim está em distância segura.

Vamos imaginar que um automóvel aproxima-se do grupo compacto (sem observar as regras acima) numa pista com muitas curvas e desenvolvendo médias de velocidade inferiores a da estrada, neste caso não haverá oportunidade para ultrapassagem pois o comprimento do grupo inviabiliza essa ultrapassagem, Veja que imagem nós motociclistas estamos projetando, devemos observar sempre que não devemos prejudicar a imagem do motociclismo, estejamos atentos. Somos cidadãos e temos os mesmos direitos que os demais usuários, por isso precisamos respeitar para sermos respeitados. Em caso de conflito com outros usuários seremos sempre a parte mais fraca, então por que criar esse tipo de situação?!

Uma viagem pode render muito mesmo sem “correria”, mas é sempre bom sabermos que não estamos sós na estrada, creio que devemos manter velocidades compatíveis com o local. Quando formos ultrapassar um veículo mais lento que vai à nossa frente é necessário que cada par proceda juntos a ultrapassagem, como se cada par fosse um único veículo utilizando toda a faixa contrária, isso nos dará uma melhor interação com o motorista que está sendo ultrapassado para que este perceba que este mesmo procedimento será feito por todos e com isso possa até facilitar a ultrapassagem.

Com a observação destas regras é perfeitamente viável criar um ambiente seguro para motoristas e motociclistas e com isso a expedição possa aproveitar cada segundo desta aventura que certamente será maravilhosa para todos nós.

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